Feminismo não é o contrário de machismo. O feminismo não tem por ideal dominar ou subjugar o sexo masculino apenas invertendo os lados da opressão. Generalizações do tipo de “nenhum homem presta” não são de ordem feminista. Justamente pelo contrário, são extremamente sexistas e só reforçam o jogo de poder presente na segregação entre gêneros.
Feminismo é a inconformidade diante de uma cultura que insiste em me subjugar e fragilizar, afim de que eu nunca esteja apta a questionar e mudar. É a ideia de que somos seres humanos que devem ser tratados com igualdade, independente do binarismo ultrapassado de gênero (homem-mulher, masculino-feminino).
É o questionamento dos papéis sociais e da maneira como as imposições são articuladas na sociedade de modo com que sejam vistas como coisas naturais. É o desassossego causado ao observar essa mesma sociedade que oferece salários 30% menores para as mulheres, que é uma das campeãs em violência contra mulheres, que a todo o momento reforça a imagem da mulher enquanto objeto sexual, sexo frágil e fútil promover a ideia de que hoje em dia as mulheres têm liberdade para ser o que quiserem (desde que sejam delicadas, femininas, frágeis, maternais e sensuais, é claro).
É o estranhamento diante de padrões que sensualizam a mulher, a colocam como frágil e objeto sexual, mas que a condenam como culpada por “não se dar ao respeito” e ser violentada. Que fazem com que uma mulher não possa andar sem a companhia de um homem sem ser assediada e que intitulam qualquer indignação diante dessas realidades como “histeria”, “recalque” ou “neurose”.
Ser feminista é ser contra qualquer atitude de origem misógina e segregadora que oprime e tenta silenciar, desde os discursos mais declarados até os modos mais velados. Como dizia Mary Wollstonecraft, feminismo é a luta pelos direitos da humanidade.
