domingo, 16 de setembro de 2012

Igualdade de gênero e Feminismo


Ninguém sofre uma opressão tão prolongada ao longo da história como a
mulher. Mutiladas em países da África com a supressão do clitóris,
censuradas em países islâmicos onde são proibidas de exibir o rosto,
subjugadas como escravas e prostitutas em regiões da Ásia, deploradas
como filha única por famílias chinesas, são as mulheres que carregam o
maior peso da pobreza que atinge, hoje, 4 dos 6 bilhões de habitantes da Terra.

 (CHRISTO, 2001)


A ideia da existência de uma igualdade de gênero em nossa sociedade, infelizmente, ainda é bastante ilusória.

Foi a partir da luta das mulheres que conquistas como o acesso aos métodos contraceptivos, o direito ao voto feminino, a construção de creches públicas, o acesso a educação e, tantas outras foram obtidas.

Conquistamos postos de trabalho, mas ainda ganhamos menos (em média 43% menos) que os homens em funções iguais, além da tripla jornada de trabalho (trabalhar fora, cuidar da casa, ser mãe)… e por aí vai. Os trabalhos ditos como apropriados para as mulheres, na maioria das vezes, reproduzem aquilo que a sociedade considera como o trabalho “ideal” para nós: os cuidados, a limpeza, os bons costumes, a boa aparência e tantos outros critérios de comportamento naturalizados como próprios do “ser mulher”.

Atualmente a sociedade tenta maquiar a realidade afirmando que as mulheres já conquistaram todos os direitos e escolhas que as colocam em pé de igualdade com os direitos e as escolhas dos homens. É uma mentira! A mídia, em geral, propaga fortemente na publicidade, nas telenovelas, nos filmes a passividade da mulher em relação ao homem e legitima o corpo da mulher como objeto sexual do homem. Mulheres seminuas vendem cervejas em propagandas machistas. Mas uma mulher fora do espaço midiático ainda sofre chacotas e humilhações quando usa mini-saia ou qualquer outa roupa curta, com decotes. No Brasil, o Estado ainda controla o direito da mulher sobre seu corpo, criminalizando o aborto.

Em meio a tudo isso existe um movimento chamado Feminismo que não é, como tentam reproduzir por aí, a oposição do machismo (ou seja, a mulher ser superior ao homem), mas sim um movimento de luta de mulheres por direitos iguais aos do homem. A luta feminista é pela garantia da igualdade de diretos e liberdade de escolha entre os gêneros. Entretanto, não é apenas pela igualdade econômica e política que as mulheres conquistam seu espaço; mas, também, na construção de uma sociedade livre de relações preconceituosas e discriminações. Trata-se de uma luta pela liberdade, para além da equiparação de direitos, e pelo respeito à alteridade.

É graças ao Feminismo que hoje mulheres têm direito ao estudo em diversos níveis, ao exercício do trabalho remunerado, a criação da Lei Maria da Penha e delegacias especializadas. No entanto, essa causa ainda não está ganha. Temos muito a conquistar e uma responsabilidade com as atuais e futuras gerações. A necessidade do Feminismo é grande, e não só mulheres defendendo e lutando por igualdade de gêneros, mas a necessidade de homens ganhos para essa causa.


Mesmo quando o caminho está aparentemente aberto, quando nada impede que uma mulher seja doutora, advogada, funcionária, ainda existem fantasmas, obstáculos que atravancam seu caminho. Discuti-los, defini-los é de um interesse bastante grande, porque é só assim que o trabalho pode ser repartido, e as dificuldades resolvidas

Virgínia Woolf (1882-1944), in Carreiras femininas.


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Todas as quartas, 18h no PQ da Área Sul da UFSCar Campus São Carlos.

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